Quando era aluno de Biologia na FCUL tive uma cadeira muito interessante sobre Evolução, a qual, penso, mudou substancialmente a minha forma de ver o mundo.
Dizia-se a dada altura que a expressão génica é a principal causa de os seres vivos "serem como são". Ou seja, todos temos - algures no nosso genoma - a informação relativa às mais diversas características específicas de um dado fenótipo, mas apenas exprimimos - "lemos" - algumas. No entanto, e independentemente de termos olhos azuis e cabelo louro, teremos sempre a informação para o maior negrume capilar, bem como um olhar tão negro que fará - concerteza - os aliens dos X-Files parecerem o coelhinho da páscoa. No entanto, passaremos preferencialmente à nossa descendência a nossa "tendência" de leitura, ou seja, as diversas percentagens de expressão que são nossas.
Ora, dito isto, talvez se perceba, de alguma forma como é que neste cantinho do mundo a que chamamos Portugal, as coisas são como são. Ainda que alguém tenha a dado momento dito que somos todos primos de um ponto de vista puramente genético. Ainda que o nosso genoma seja quase fotocópia - o que não será de espantar dado o tamanho do cantinho - há expepções em muitos lados, mas na grande maioria, queiramos ou não, acabamos sempre por ser - em quase tudo - portugueses.
Ora a característica que chamo a atenção neste post é aquela que nos leva, a uma dada altura, a fazer - no nosso melhor ser português - tudo a "mata cavalos".
Pode de facto parecer estranho, mas quase que imagino que os grandes cérebros por detrás das conquistas do norte de África, ou pelas - nem todas - bem sucedidas expedições dos descobrimentos devem ter cá ficado, e mandado ao invés de si os coitados que lá ficaram. Resultou com certeza disto uma longa linhagem do típico "é pá a malta faz isso mais ou menos assim e depois logo se vê".
E depois, claro está, acabamos a remendar - mais uma vez - a mata cavalos tudo e mais alguma coisa que, por falta de uma cabeça fria no início não foi prevista.
Exemplos disto, não é dificil encontrar. Uma qualquer olhada a granel à nossa volta será mais do que suficiente para identificar um - ou vários - resultados práticos desta grande máxima do desenrrascanço português. O qual, claro está, nunca teria sido necessário no início, para isso bastando que tivessemos fugido um pouco da tendência genética main stream. É que como disse no início do texto, a informação está cá toda, só que não andamos pelos vistos a ler a parte - mais - correcta.
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