Que porra de sina a minha. Mais uma daquelas noites ... lá me vai valendo que amanhã é sexta-feira - não é que por isso deixe de ter a certa antevisão de mais um dia de m?&da mas ...
À falta de sono, segue-se sempre o cigarrito. E com ele o belo do martelanço no teclado, porque a malta cria blogs que ninguém lê, e por isso pode chatear à vontade que não incomoda.
Andava ali no cubículo ao lado à procura de sono, quando me lembrei do tema do meu último post. Se o ódio pode ser como as ostras - ou melhor dizendo, se pode ser uma daqueles gostos adquiridos com o tempo e o .. uso - então podia começar aqui feito marmelo a debitar analogias parvas de todos aqueles sentimentos com os quais um tipo, mais cedo ou mais tarde na vida - valha-nos o uso - vai aprendendo a conviver amenamente.
Mais uma volta na cama, e logo cheguei à triste mas verdadeira conclusão de que fazer isso seria uma merdiçe ainda maior do que não conseguir dormir, ou, tal como o meu douto amigo PP, debitar chorrilhos de m#%da sem destino - como se amanhã não houvesse - sobre as analogias entre o homem e o cerdo.
Não contente com o que pensava - mais uma volta no leito - e teimoso como sei que sou, continuava a debitar na minha cabeça me@$a após m@$da que poderia ser perfeitamente comparada a óleo de figado de bacalhau, ou mesmo a deliciosa isca de porco finissima grelhada e mal passada - como manda a cartilha. Prato após prato levantei-me e fui comer qualquer coisinha leve...
Sentado aqui feito o estúpido que -também - sei que sou, ocorreu-me então o manjar dos deuses. E já que falo de comida, porque não referir um dos meus pratos predilectos, cuja receita tenho vindo a apurar nos últimos anos e que faz - ao que pareçe, e para meu espanto - uma boa parte das pessoas à minha volta revirar o estomago e querer fujir da sala a correr. Falo, portanto, do nobre e rico Coração de Porco de Tomatada com batatinhas fritas, que muito me apraz comer, mas que me faz uma confusão danada a repulsa de certas pessoas ao saberem o quanto gosto dele.
Qual será o porquê - ninguém foi homem ainda para me explicar em bom português - de não querer comer o dito? Se há tanto alentejano por ai a deleitar-se com a colhoada do bicho com ovos mexidos, qual o problema de lhe comer o coração assim tão bem confeccionado. Se se comem os bifes - vulgo bifanas, o rim, os entrefolhos, a banha, qual o problema em comer o único ca$%ão do músculo que o bicho - de facto - usa na p£ta da vida?
Sim, porque deixe-mo-nos de ilusões a esse respeito, que o porco de criação os únicos passos que se atreve a dar em toda a sua existência dá-os antes da idade adulta, depois disso não se mexe na porra do cubículo onde o enfiaram. Não se mexe, vírgula, há 1 (um) musculozito que não pára até à facada final. e esse meus amigos é o mais magro de todos - e o mais suculento diga-se de passagem.
Será o grande motivo ainda a remanescência - ou memória colectiva - de outros tempos de que quando se come o coração do animal - seja ele o porco ou o vizinho do lado - se adquirem as propriedades espirituais do dito? Se for assim estou mal porque qualquer dia só penso em comida mesmo e não consigo sequer dormir ... o.O
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